O museu botânico Dr. João Barbosa Rodrigues, localizado dentro do jardim botânico de São Paulo é um dos dezesseis museus de ciência da cidade de São Paulo, listados no guia de centros e museus de ciência do Brasil. Suas dimensões são modestas quando comparadas às dimensões do jardim como um todo e sendo uma das atrações do jardim botânico, apresenta elementos interessantes a estudantes de qualquer faixa etária e ao público em geral.
O jardim botânico possui fácil acesso e localiza-se na Av. Miguel Stéfano, número 3031, bairro Água Funda, próximo ao jardim zoológico de São Paulo e parque Zôo Safari. Sua entrada é bem sinalizada e possui estacionamento para carros, motos e ônibus de excursões. O local funciona de terça a domingo e feriados, das 9 às 17 horas, a entrada custa 3 reais e 1 real para estudantes e crianças até 10 anos, portadores de necessidades especiais e adultos com idade acima de 60 anos são isentos. Além disso, para um maior aproveitamento do passeio, possui a opção por visitas monitoradas, de terça a sexta feira, para grupos de no mínimo 10 pessoas, com duração de 2 a 3 horas, inclusive com gratuidade quando atendidas algumas condições.
“A missão do Jardim Botânico de São Paulo é a preservação e o uso sustentável da biodiversidade paulista e brasileira e o conhecimento de todos os grupos de plantas e fungos, bem como de suas relações com o meio ambiente.”
É possível conseguir um mapa informativo na portaria do jardim, onde todos os locais de visitação estão bem localizados com uma pequena descrição dos diferentes espaços a visitar. O mapa possui um interessante roteiro de visitação, que proporciona ao visitante conhecer o jardim inteiro com ênfase nas suas principais atrações.
Para chegar ao museu botânico é necessária uma caminhada curta, de no máximo 5 minutos, onde então se pode encontrar uma conservada construção antiga, com grandes janelas e alguns painéis em suas paredes.
Lateral do Museu Botânico com um "totem das aves". |
Entrada principal do Museu |
O interior do museu é um pouco escuro e passa a sensação de um local para observação e introspecção. Talvez tal sensação tenha ocorrido, pois o dia em que o visitamos havia poucas pessoas em seu interior e talvez com a presença de excursões o local pareça mais dinâmico. De qualquer forma, o museu conta com uma ampla variedade de folhas, flores e sementes, agrupadas de acordo com os diferentes biomas brasileiros nas salas principais do museu. O prédio é construído em forma de cruz e possui uma sala principal e quatro salas menores.
Cada uma das salas representa um bioma característico do Brasil, sendo eles: Mata Atlântica, Serrado e Caatinga. A sala central representa as aplicações de diferentes tipos de vegetais e fungos através da exposição de óleos, alimentos, fibras e celulose, mostrando que algumas espécies vegetais, por sua alta procura comercial, acabaram entrando em processo de extinção e hoje são protegidas.
Alimentos produzidos com fungos |
Aplicação de celulose em papel |
Óleos vegetais |
É muito interessante observar que grande parte da coleção é a mesma desde o período de fundação do museu, como podemos ver na figura seguinte, onde a “Paina amarela” é catalogada em 1932 e chama atenção para o potencial exploratório de seus frutos.
A sala central possui ainda um belíssimo vitral que preenche todo o teto do lugar, com desenhos de flores e plantas características da mata atlântica e região sudeste.
A última sala do museu é composta por artigos históricos da época de criação do museu, mostrando os primeiros documentos idealizadores, os projetos de construção do espaço, as principais motivações e os materiais utilizados pelos botânicos. Pode ser vista a escrivaninha de trabalho e os materiais do botânico F. C. Hoehne, que são muito parecidos com os materiais utilizados nos dias atuais.
Para complementar a visita ao museu, é altamente recomendável e agradável fazer um passeio pelo Jardim Botânico, desfrutando de sua coleção viva espécies de plantas de todas as formas e tamanhos, cores e cheiros, proporcionando de maneira agradável uma visualização prática de estruturas e conceitos estudados dentro das salas de aula, visando também reforçar o papel fundamental da conservação da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável e demonstrar a importância da vegetação.
Com o auxílio de placas explicativas, o visitante pode não só associar conhecimento prévio como também novos conhecimentos de forma direta.
O visitante também tem acesso a diferentes ambientes com conteúdos e focos diferentes, como por exemplo, o orquidário criado em 1928, pelo Dr. Frederico Carlos Hoehne, onde é possível observar uma considerável variedade de orquídeas, enquanto desfruta de um ambiente agradável e acolhedor, proporcionado não só pela beleza natural das plantas como também do bom estado e boa conservação das instalações.
Outra principal atração do Jardim são suas estufas, repletas de variedades de bromélias e plantas exóticas, além de possuir um pequeno lago com peixes.
Entre as plantas que estão ameaçadas de extinção, o Jardim possui espécies como palmito-juçara, jacarandá-da-bahia e cabreúva-vermelha, espécies bastante conhecidas pela sua larga utilização em produtos mobiliários e alimentícios (no caso do palmito). A avifauna ainda está sendo levantada pelo observador de aves Antonio silveira, através de um projeto desenvolvido para levantamento de espécies por localidades no Brasil, e o Jardim conta até agora com 139 espécies observadas que se distribuem em 44 famílias. Um símbolo do Jardim é a presença do macaco Bugio.
Podemos afirmar que uma visita no Jardim Botânico de São Paulo, além de ser instrutiva, é muito relaxante e proporciona um contato direto com a natureza, a poucos quilômetros de uma cidade grande, caótica e cinza. Para um passeio de fim de semana ou uma excursão escolar é preferível chegar o quanto antes, pois é muito possível que o tempo de visitação seja insuficiente para conhecer todas as atrações que o jardim oferece.
Escadarias construídas em 1928 |
Túnel de bambu |
Túnel de bambu |
Jardim dos sentidos com diversas plantas aromáticas e de textura marcante |
Ponte sobre brejo natural |
Lago das ninféias |
"Castelinho" |
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